Aquele jogo histórico, uma partida que não sairá tão cedo da cabeça dos torcedores do Fluminense, como também dos torcedores da LDU, ou do Equador inteiro, no qual juntaram forças para ver um time equatoriano levantar pela primeira vez a Taça Libertadores da América.
Antes do apito inicial já se via o sofrimento no qual todos presentes no Maracanã iriam sofrer durante a partida, um Maracanã lotado, mais de 80 mil pessoas estavam presentes para ver a alegria de um título, ou a decepção de um sonho acabado. Os fotógrafos pareciam estar dispostos a estragar o espetáculo, antes do começo da partida, os próprios se recusavam a atender as exigências de Hector Baldassi, personagem que seria odiado pelos torcedores do time carioca depois do jogo.
Baldassi resolveu começar a decisão, os ânimos estavam à flor da pele, tanto para os brasileiros, quanto para os equatorianos. Soou o apito, o Flu prometera uma blitz em cima da LDU, e começou o jogo encurralando o time de Guerron e cia. Mas logo no começo do jogo se via o terror que seria essa final, a LDU em um contra-ataque abriu o placar no maior do mundo. Guerron vôou pela direita, deixou Ygor a ver navios e rolou para Bolaños, que chutou no meio das pernas de Gabriel e fez o Maracanã ficar em total silêncio.
Poderíamos imaginar um Fluminense abatido, um time que entrou em campo precisando fazer dois gols para disputar o título nas penalidades máximas, via seu adversário fazer um gol e ampliar a sua vantagem, agora o Tricolor precisava fazer três gols.
Foi aí que brilhou a estrela de Thiago Neves, dizem que no futebol os grandes jogadores aparecem nos momentos mais importantes, e Thiago Neves mostrou que é diferenciado. O empate não demorou a chegar, e seis minutos depois de sofrer o gol, o time carioca igualou o placar com Thiago Neves, que recebeu a bola, limpou um defensor da LDU, olhou para o gol e chutou no canto esquerdo de Cevallos, lado fraco do goleiro.
A partir desse instante da partida só se via um time jogando, e era o Fluminense. A equipe equatoriana recuou e priorizava somente se defender, aproveitando os contra-golpes com Guerron por um lado e Bollaños pelo outro, os dois jogadores pareciam não cansar nunca, a LDU tinha dois foguetes pelas laterais que a qualquer momento poderia definir a partida, levando em consideração a atuação horrorosa da defesa do Flu.
A esperança estava no ataque com Thiago Neves, já que a defesa estava horrorosa e Washington parecia não ter entrado em campo, perdendo gols e errando passes que não se costumava ver do atacante. Uma cobrança de lateral deu início a virada do time carioca, a bola chegou para Cícero, que avançou pela esquerda e rolou para Thiago Neves estufar as redes de Cevallos, duas vezes Thiago Neves, e 2 a 1 Fluminense.
Com a moral elevada, o Flu tomou conta da partida e no segundo tempo, ele, sempre ele, Thiago Neves em uma cobrança de falta, com uma ajudinha do goleiro Cevallos, fez a alegria da galera Tricolor, 3 a 1 Fluminense, e o que parecia impossível estava visível para os mais de 80 mil torcedores presentes no Maracanã.
A prorrogação caracterizou um time sem pernas para jogar, e outro imbatível em seu condicionamento físico. O Fluminense parecia cansado, parecia não aguentar mais jogar, esperando só que chegasse a decisão por pênaltis. A LDU fez um gol, mas o árbitro argentino anulou, muito mal anulado. Aliás o juiz argentino, Hector Baldassi teve uma atuação horrível e há quem diga que ele é o melhor árbitro da América do Sul.
Mas sem entrar nos méritos da arbitragem, a prorrogação chegou ao fim e os pênaltis iriam decidir o campeão da Copa Libertadores da América 2008.
O fim de um sonho
Foi a LDU quem iniciou a disputa das penalidades, Urrutia marcou. O primeiro a bater no Flu foi Conca, o goleiro Cevallos catimbava, como fez o jogo inteiro. Conca perdeu a chance de empatar a disputa e deu mais emoção ainda para a disputa.
Campos era o próximo, poderia ampliar a vantagem para a LDU, mas Fernando Henrique brilhou, pegou e deu um gás a mais para todos que torciam pelo Flu. Estava nos pés de Thiago Neves a chance de empatar a decisão por pênaltis, o jogador que havia feito três gols no tempo normal, poderia salvar novamente o time do Rio de Janeiro. Mas não foi isso que aconteceu, após nova provocação do goleiro Cevallos, Thiago Neves bateu mal e jogou fora a oportunidade do empate, o goleiro equatoriano pegou a cobrança.
Para piorar, Salas fez mais um para a LDU. Cícero marcou o primeiro do Tricolor, e o incansável Guerron ampliou para o time do Equador e mandou a torcida Tricolor calar a boca, cartão amarelo para ele.
Chegou a vez de Washington, o coração de Leão que ajudou muito na vitória contra o São Paulo e Boca Juniors, mas que na noite desta quarta-feira estava apagado. O camisa nove correu para bola, parecia cansado, e errou o pênalti. Tristeza para os milhares de torcedores presentes no estádio do Maracanã, e também para os milhões espalhados pelo Brasil.
O sonho de conquistar a América acabou, e sem um final feliz. A LDU é a campeã da Copa Libertadores da América 2008.
