À dois passos do paraíso

terça-feira, 24 de junho de 2008


Véspera de decisão, momentos marcantes, poucas horas para um jogo histórico na vida do Fluminense. Há mais de 20 anos a equipe carioca não disputava a Libertadores, voltou a competição para fazer história.

Estreou contra a LDU, time pelo qual vai disputar a decisão, fez uma ótima campanha e se classificou com muita facilidade. Outro fato inesquecível para a torcida tricolor, o Flu nunca havia se classificado para a segunda fase da Copa Libertadores da América. Nas oitavas-de-final estava o Nacional Medellín (COL), um time pouco tradicional, porém perigoso, mas nada que tirasse o sono de Renato Gaúcho e sua tropa tricolor. O Nacional ficou pelo caminho, esmagado pela máquina grená.

O Fluminense começava a pensar mais alto, investimentos foram feitos para o ano de 2008, mas mesmo assim eram poucos que achavam que o Fluminense tinha chance de disputar o título da competição continental, tendo em vista que equipes tradicionais como São Paulo e Boca Juniors estavam firmes e fortes em busca de mais um título.

A prova de fogo bateu na porta das laranjeiras, o São Paulo eliminou o Nacional (URU), e com isso estava marcado o primeiro confronto brasileiro na Libertadores de 2008. São Paulo e Fluminense fizeram dois jogos de tirar o fôlego, o favorito, São Paulo, venceu o primeiro jogo no estádio do Morumbi, com um gol de Adriano. O jogo da volta estava marcado para a próxima semana, e foi coberto de muitas expectativas por ambas equipes. A imprensa poderia falar o que quiser, mas o Flu não estava morto, via-se nos treinos, a vontade, a dedicação, o jeito com que a equipe carioca estava tratando aquela segunda partida. Para eles, uma final.

No segundo confronto, o Fluminense logo abriu o placar com Washington, tomou o empate, fez o segundo gol logo em seguida e quase no final do jogo deu o último golpe no tricolor paulista, 3 a 1 e muita festa para os milhares de torcedores que acompanharam o jogo no Maracanã.

Uma barreira tinha sido vencida, o todo poderoso São Paulo havia caído diante do estreante Fluminense em decisões da Libertadores. Uma final estava vencida, porém outra estava para chegar. O gigante argentino, o maior vencedor da Libertadores nos últimos anos, o time que adora eliminar equipes brasileiras, um time de Riquelme. O imbatível Boca Juniors era o próximo adversário do Fluminense.

Dessa vez o gigante argentino estava sem sua principal força, o estádio La Bombonera, que foi interditado devido à confusões no jogo entre Boca e Cruzeiro, pelas oitavas-de-final. Riquelme era o maestro do time, que sem ele não tinha grandes opções. No primeiro jogo da argentina, 2 a 2, e as esperanças do Flu cresceram ainda mais, bastava não levar gols que o time carioca estaria na final da Copa Libertadores pela primeira vez.

Maracanã lotado, torcida vibrante, o Boca acostumado com toda essa pressão soube conduzir bem a partida, mas não por muito tempo. O primeiro gol da partida só saiu no segundo tempo, e foi de quem? Do experiente Boca Juniors. O Brasil inteiro estava acompanhando esta partida, no instante do gol, todos logo pensaram: "Esse é o Boca".

Mais uma vez o time argentino estava botando um time brasileiro para correr. Não, de novo não, foi o que o Flu pensou logo após tomar o primeiro gol, a esperança estava no coração dos jogadores, especialmente no coração batalhador de Washington, que empatou o jogo em uma espetacular cobrança de falta. Para deixar tudo melhor, Conca, ex-jogador do grande rival do Boca, o River Plate, fez o segundo gol. Para enterrar de vez o time de Riquelme e cia, Dodô fez o terceiro e fez a torcida explodir de alegria. O Fluminense estava na final da Libertadores pela primeira vez em sua história.

"Oi, Boca Juniors. Prazer, Fluminense.", palavras do técnico Renato Gaúcho, do Fluminense. O Fluminense se apresentava para o Boca, e para toda a América do Sul.

A final histórica acontece amanhã, LDU e Fluminense farão o primeiro jogo no Equador, e o jogo decisivo acontece no Maracanã. Depois de dois grandes duelos, chegou o momento decisivo, a terceira final do Flu, a final que vai decidir quem é o rei da América.

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